A temperatura é a variável atmosférica mais fácil de ser medida e também a que responde mais rapidamente a mudanças no ambiente, dai resulta sua importância para estudos das mudanças climáticas. Essas mudanças são reais e ocorrem, ocorreram e continuarão a ocorrer.
Também se sabe que mudanças em variáveis atmosféricas sempre tem uma explicação lógica, e isso não é diferente com a temperatura, nem com a concentração de CO2. A questão é: a explicação para as mudanças de temperatura na atmosfera tem que incluir o aumento de CO2 gerado pelas atividades antropogênicas?
A resposta é NÃO e há duas formas de se justificar essa negativa.
Inicialmente, justifica-se pela pequenez energética das atividades antropogênicas frente à natureza, assim como a pequenez da contribuição das atividades antropogênicas para o ciclo de carbono na atmosfera:
1. Em 2004 ocorreu um tsunami no Pacífico que resultou na morte de cerca de 300.000 pessoas. A origem desse tsunami foi o deslocamento vertical de 15 metros de altura, de uma placa tectônica com 1.200 km de extensão. A energia da onda gerada é equivalente à produção de energia da Usina Itaipu em um ano;
2. Em 1991 o vulcão do Monte Pinatubo, em três dias, injetou na atmosfera gases de carbono, enxofre, etc., equivalentes à produção antropogênica mundial daquele ano, com uma população de cerca de 5 bilhões de pessoas;
3. O Sol é a fonte energética responsável por 98,5% da energia que faz a Terra funcionar (é o aquecimento dos trópicos que se redistribui para os polos; é essa energia que faz rodar as correntes oceânicas, etc. Nos 1,5% restantes estão as energias geradas pela atividade dos vulcões, das trocas na biota, de toda a produção energética antropogênica, entre outras mais);
4. O CO2 contribui com 0,03% da composição da atmosfera, bem menor que a contribuição da água que pode chegar até 2,0% dessa composição – e o vapor de água é um gás de efeito estufa muito mais efetivo que o CO2;
5. A estimativa de reservatórios de CO2 naturais somam 40.420 gigatoneladas, GT, de CO2, assim distribuídas: Atmosfera 720 GT, Oceanos 37.400 GT, Biota 600 GT e Solo 1.700 GT. Por outro lado, os fluxos naturais anuais de CO2 na atmosfera somam cerca de 200 GT, com um erro, ou viés, de cerca de 10% para mais ou para menos. Ou seja, o erro na estimativa desses fluxos é de 20 GT, que é pouco maior que 3,3 vezes a contribuição antropogênica para o fluxo de CO2 na atmosfera – A CONTRIBUIÇÃO ANUAL DA HUMANIDADE PARA O CICLO DE CO2 É DE 6 GT!
Como é possível DETETAR a contribuição antropogênica, se ela está COMPLETAMENTE encoberta pelo erro? Inclusive, essa contribuição, mesmo que dobrasse, continuaria encoberta pelo erro na medida da contribuição natural.
Conclusão: Em termos energéticos a humanidade é diminuta frente à natureza.
A outra justificativa baseia-se na Teoria dos Ciclos de Milankovitch. Em 1938, o matemático sérvio publicou artigo sobre a influência da variação da insolação solar com a latitude. Milankovitch considerou que o ciclo de obliquidade, a inclinação do eixo da Terra, que oscila aproximadamente a cada 41 mil anos, é maior nas regiões polares, tornando-se mais fraca em direção ao Equador, juntamente com a influência do ciclo de precessão, cujos períodos são de 19 e 23 mil anos, e que provoca a variação da distância entre a Terra e o Sol, que é menor nos polos e maior no equador. Inicialmente, o ciclo da excentricidade, com períodos variando entre 94 e 122 mil anos não foram considerados, mas mostraram-se dominantes em todos os espectros analisados em análises paleoclimáticas (Hays,J.D.; Imbrie,J.; Shackleton,N.J. 1976. Variations in the Earth’s orbit: pacemaker of the ice ages. Science, v.194, p. 1121-1132, December; Imbrie,J.; Imbrie,K.P. 1979. Ice ages – solving the mystery. Cambridge: Harvard University Press. 224 p.; Imbrie,J.; Imbrie,J.Z. 1980. Modeling the climatic response to orbital variations. Science, v.207, p. 943-953, February).
Os ciclos de Milankovitch também foram observados em outros planetas do Sistema Solar, a exemplo das calotas polares de Marte que variam em extensão devido à instabilidade orbital relacionado a um ciclo de Milankovitch; a lua de Saturno, Titã, que tem um ciclo de cerca de 60.000 anos, e que altera a localização dos lagos de metano em sua superfície e, Tritão, a lua de Netuno, que possui uma variação semelhante à da lua Titã, em relação à migração de depósitos de azoto sólido em grandes escalas de tempo.
O efeito dos ciclos de Milankovitch resulta em uma mudança coletiva causada pelas relações entre o Sol e os planetas e incluem as variações na órbita planetária, inclinações do eixo e precessões. A Figura 6 ilustra os ciclos de Milankovitch.
Figura 6 |
Nos estudos paleoclimáticos também se revelou outra distorção dos fatos que é muito utilizada pelo IPCC. A Figura 7 é resultado paleoclimático nos últimos 450.000 obtidos na estação russa Vostok, na Antártica, e ilustra como os ciclos de Milankovitch relacionam-se muito bem com a temperatura da Terra, em uma sequencia de eras glaciais e períodos quentes interglaciais. O mesmo não é verdadeiro para a concentração de CO2, como será visto posteriormente neste artigo.
Figura 7 |
Como visto, os ciclos de Milankovitch são capazes de “enxergar” o passado climático da Terra, pelo menos nos últimos 420.000 anos – dai resulta sua robustez científica. Por outro lado, os quase 100 modelos IPPCianos – usados para “ditar” o clima futuro – são um verdadeiro fracasso em termos de, simplesmente, olhar o clima passado da Terra: mesmo para eventos grandiosos ocorridos há poucas dezenas de anos, a exemplo do El Niño de 1998 ou o vulcão Monte Pinatubo em 1991, TODOS OS MODELOS DO IPPC SÃO COMPLETAMENTE CEGOS E NÃO ENXERGAM ESSES FENÔMENOS! Ou seja, TODOS os modelos computacionais do IPCC têm 95% de certeza sobre o que ocorrerá daqui a 50 ou 100 anos, mas FALHAM copiosamente em revelar o passado, mesmo o mais recente, que se sabe tudo sobre ele!
A seguir exemplos de distorção grosseira da realidade.
Medidas de Temperatura na Superfície
Os registros de temperatura nas estações meteorológicas sob a coordenação do Instituto Goddard de Estudos Espaciais, GISS (do inglês Goddard Institute for Space Studies), órgão da NASA, foram adulterados – ou melhor, “fraudados” seria o termo mais apropriado – ao longo de publicações nos últimos 30 anos. E as alterações feitas nesses registros sempre tiveram como objetivo “incrementar” o aquecimento.
Temperatura entre 1880 e 1980
Em 1981, James Hansen e colaboradores publicaram na revista SCIENCE (V. 213, 28, 957-966, 1981) o artigo seminal “Climate Impact of Incresing Atmospheric Carbon Dioxide”. Esse é o primeiro artigo de uma série em que Hansen constrói, passo a passo, o aquecimento antropogênico.
A Figura 8 foi retirada do artigo referido acima. Nessa figura existem aspectos que são relevantes:
Figura 8 |
1. Entre 1880 e a década de 1940 a temperatura apresenta um crescimento espetacular, e para esse crescimento a CONTRIBUIÇÃO ANTROPOGÊNICA não foi determinante, uma vez que o consumo de combustíveis fósseis nesse período foi diminuto, principalmente, se comparado às atividades antropogênicas dos últimos 40 anos. O que, então, motivou tal crescimento?
Resposta: A natureza!
Esse aumento de temperatura é comparável ao aquecimento registrado nos últimos 25 anos, que o IPCC afirma ser devido às atividades antropogênicas.
2. Entre o final da década de 1940 até meados dos anos 1970 a Terra experimentou um grande resfriamento que, inclusive foi pensado tratar-se de uma Pequena Era Glacial, a exemplo do que ocorrerá na Idade Média. Esse decrescimento na temperatura também não pode ser explicado pelas atividades antropogênicas, pois na maior parte desse período, por ocasião da reconstrução da Europa e Japão pós-guerra, houve uma grande queima de combustíveis fósseis. Por que a temperatura decresceu, se se esperava exatamente o contrário, baseando-se no HIPOTÉTICO Aquecimento Global? Mais uma vez a explicação mais provável para o decréscimo na temperatura é a NATUREZA e não as atividades antropogênicas.
3. Nos 100 primeiros anos de registro de temperatura – base para os estudos sob os auspícios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC, do inglês Intergovernmental Panel on Climate Change – ocorreram um grande aumento e uma grande diminuição na temperatura, que não são explicados pela influência das atividades humanas, e sim por ação da natureza.
Na Figura 8 há três pequenas marcas horizontais, duas azuis e uma vermelha, próximo aos anos de 1880, 1956 e 1970, para que seja percebido como essas temperaturas foram modificadas em artigos posteriores de James Hansen e colaboradores.
Temperatura entre 1880 e 1987
Em 1987, Hansen e Sergej Lebedoff publicaram o artigo “Global Trends of Measured Surface Air Temperature”, no Journal of Geophysics Research, 92 (D11), 13.345-13.372, onde apresentam a variação de temperatura entre 1880 e 1985, com consideráveis diferenças em relação à figura referente ao intervalo 1880-1980.
Na Figura 9, o gráfico assinalado com o ano 1987 em verde foi retirado do artigo referido logo acima. Os dois gráficos estão desalinhados porque colocamos o mesmo nível para o valor de – 0,2ºC.
Figura 9 |
Em princípio, esse gráfico deveria ser o mesmo que o anterior, com diminutas correções, mas esse não é o caso, pois o gráfico como um todo desceu de cerca de 0,1ºC, exceto o seu final – os últimos anos da década de 1980 – que aumentou, passando a apresentar um “aquecimento acentuado”.
As variações de temperatura entre 1975 e 1980 também foram MUITO MODIFICADAS.
Nesse artigo, sete anos após a publicação do primeiro, Hansen e Sergej diminuíram (esfriaram) o aquecimento da década de 1930, enquanto o resfriamento entre 1940 e 1970 foi esquentado – ver os deslocamentos das marcas horizontais – vermelho e azul – nas circunferências vermelhas. Eles TAMBÉM RESFRIARAM acentuadamente as temperaturas próximas de 1880, em cerca de 0,2ºC!
Por que tais modificações foram efetuadas?
Os dados de temperatura eram obtidos de milhares de estações meteorológicas espalhadas pelo mundo, principalmente no Hemisfério Norte e em terra. O número de estações aumentou acentuadamente por volta dos anos 1950 e diminuiu, também acentuadamente, em fins da década de 1980.
Para os resultados do artigo de 1987, Hansen e Lebedoff retiraram um grande número de estações – mais de 50% delas foram descartadas – em função de uma nova metodologia então definida: a distância entre as estações seria da ordem de 1.200 km e, dessa forma um número menor de estações poderia abranger a quase totalidade da superfície terrestre.
O descarte de estações meteorológicas não é um grande problema, a questão fundamental é: quais estações foram descartadas? As estações próximas ou dentro das cidades – sujeitas a aquecimento adicional por asfalto, descargas de carros, concreto, pessoas, etc. – ou estações em zonas rurais que, na pratica, não estão sujeitas a esses efeitos?
A escolha natural para descartar estações seria as primeiras, pois não haveria necessidade de grandes correções e ajustes PARA BAIXO. E, assim, as estações que comporiam a base de dados de temperatura seriam aquelas das zonas rurais.
Ocorre que a escolha de descarte não foi a natural, ou seja, as estações escolhidas para serem descartadas não foram aquelas próximas ou dentro de cidades, mas sim aquelas das zonas rurais! E pasmem, as temperaturas de zonas rurais passaram a ser calculadas a partir de ajustes realizados nas temperaturas obtidas de estações em zonas urbanas!!?? A Figura 10 a seguir foi retirada do artigo de Hansen e Lebedoff e mostra o descarte de estações que eles realizaram.
Figura 10 |
Estudos posteriores sobre essa “manobra” mostraram que a temperatura média da atmosfera terrestre AUMENTOU 2ºC, com o descarte de estações de zonas rurais, e que se encontravam, principalmente, na China e na Índia! (ver Figura 11)
Dessa forma, é facílimo aquecer a atmosfera terrestre...
Figura 11 |
* o autor é físico, professor da Universidade Federal do Ceará, e é coautor do livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?”
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Era realmente de se esperar que iriam achar algum problema com o gás refrigerante usado nos ar-condicionados e nas geladeiras um pouco antes da patente vencer e ser quebrada. Agora, mais uma vez, teremos que comprar tudo de novo, pagando muito mais caro. Isso seria um contrassenso, pois se para os ecologistas fanáticos o consumo deve ser freado, por conta deles mesmo teremos que consumir mais ainda. Para onde iriam todos os aparelhos e veículos que estariam "ecologicamente incorretos" daqui pra frente?? Mais uma enganação com um único objetivo: aumentar os lucros da DuPont.
ResponderExcluirEra realmente de se esperar que iriam achar algum problema com o gás refrigerante usado nos ar-condicionados e nas geladeiras um pouco antes da patente vencer e ser quebrada. Agora, mais uma vez, teremos que comprar tudo de novo, pagando muito mais caro. Isso seria um contrassenso, pois se para os ecologistas fanáticos o consumo deve ser freado, por conta deles mesmo teremos que consumir mais ainda. Para onde iriam todos os aparelhos e veículos que estariam "ecologicamente incorretos" daqui pra frente?? Mais uma enganação com um único objetivo: aumentar os lucros da DuPont.
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