segunda-feira, 20 de março de 2017

Quem vai processar o delegado da PF?

Richard Jakubaszko 

Processar o delegado, esta é a pergunta que não quer calar, e que estou me fazendo desde a última sexta-feira, 17/3, quando o delegado midiático da Polícia Federal (PF), Mauricio Moscardi Grillo, foi aos holofotes denunciar o que considera um escândalo nacional de os frigoríficos venderam carne podre, adulterada, vencida, misturada com papelão e coberta de ácido ascórbico, acusado mentirosamente de ser cancerígeno.

Ora, que provas o delegado e seus mais de 900 agentes apresentaram? Três ou quatro conversas telefônicas, das quais tiraram ilações estapafúrdias. Numa delas, envolveram o atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio, muito provavelmente o objetivo principal dessa desastrada operação Carne Fraca, para enfraquecer o político nomeado por Temer, porque ele teria a função, determinada pelo presidente e seus parceiros peemedebistas, de um lado, para desconstruir a Lava Jato, da qual faz parte o delegado Moscardi Grillo. De outro, a intenção de desmoralizar o ministro, que já andava comentando a futura troca do atual comandante da PF, coisa que os delegados não desejam.

A ação da PF é um crime lesa-pátria, pela leviandade, por demorar 2 anos numa operação, classificada como a maior de todos os tempos da PF, e que não apresenta nada conclusivo, apenas ilações e convicções, como parece ser o modismo entre procuradores e policiais, e que judicializaram o país. O exemplo maior dessa patacoada é a mistura de papelão em carnes, um absurdo de entendimento. Por que demorou 2 anos para vir a público?

Então, que se processe judicialmente esse delegado, por abuso de poder no exercício de um cargo público. Que se afaste esse delegado dessa operação, que não é verdadeira e nem ameaça a saúde pública, e que o Ministério da Agricultura faça a lição de casa. Que se processe esse delegado pela conduta midiática, escandalosa, e por colocar em risco a balança comercial brasileira, a imagem do país nessa área de alimentos, produção que nos concedeu o privilégio de ficarmos de fora da crise que se abateu no planeta desde 2008, quando o sistema financeiro americano quase implodiu o mundo.

Para os brasileiros vai ficar a imagem, por algum tempo, de que comemos carne podre, misturada com ácido ascórbico e papelão. Não vai adiantar muita coisa o presidente Temer ter convidado os embaixadores para uma churrascaria, as redes sociais ridicularizam essas atitudes. O ministro Blairo Maggi vai ter muito trabalho para desmontar essa trapalhada da PF, as empresas JBS, Seara, Marfrig e BRF não possuem forças para desmentir sozinhas as mentiras, e nem a grande mídia quer saber disso, pois não vai abrir espaço para desmentidos. O que a mídia deseja é a grana para pagar espaços publicitários dessas empresas, para custear as futuras operações escandalosas.

Neste exato momento em que publico este post, realiza-se a coletiva da Abiec e da Associação de Proteínas, em São Paulo, para esclarecer fatos do setor. Não será suficiente, os importadores europeus e chineses já começaram a pressão, e pedem para trancar as importações de carnes brasileiras. O Brasil vai perder.

O Brasil vai perder ainda com as ações midiáticas e judiciais dos veganos e ambientalistas; o Brasil vai perder com as ações de advogados americanos que vão processar na justiça americana a JBS e a BRF para obter compensações pelas perdas dos seus clientes no mercado acionário. E lá essas indenizações podem quebrar qualquer empresa que já esteja fragilizada.

Então, que se processe o irresponsável que fez esta merda toda! É a minha opinião, como brasileiro e cidadão. Tudo isso, porque acredito que praticar cidadania não é exercer a plena hipocrisia. Com a prática de mais de 50 anos de jornalismo no agronegócio, tenho minhas convicções, também.

Entrevistas para gerar fatos e frases de efeito para alguns jornalistas da mídia repercutirem não vai adiantar nada. Precisa-se de punição exemplar dos delegados aproveitadores de plantão, que abusam de seu cargo e função pública.

 
TEMER: "ESSA NÃO, ESSA CARNE É FRIBOI, QUE É DO LULINHA..."

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6 comentários:

  1. Acompanho o site faz vários anos e pela primeira vez, depois desta matéria, o sistema parou o acesso ao site e informou que era um site suspeito e ofereceu um quadrinho perguntando se eu queria voltar ou continuar. Estranho, não é?

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  2. Daniel,
    A turma do delegado, ou algum simpatizante dele, deve ter denunciado o blog ao sistema Googlem, ou então seu antivírus anda cheio de cuidados. Observe no browser que o end/link do blog é https, portanto, seguro, e garantido pelo Google.
    Abs
    Richard

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  3. Prezado Richard, assino embaixo.
    E há muitas outras perguntas que não querem calar. Entre elas:
    Quando essa pf vai nos dizer o nome do dono da cocaína que estava no helicoca, apreendido em Minas, com perto de 450 kg de pasta básica?
    Cordialmente,
    Rogério Furtado

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  4. Meu caro, soube que depois da carne, vem a operação do leite. Não estariam os nossos concorrentes por trás de tudo isso? Longe de nós pensar na teoria da conspiração...O agronegócio é o setor mais exitoso da economia brasileira. É preciso detê-lo? Pense nisso.

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  5. Acho que o Brasil precisa fazer algo enérgico contra as indicações políticas nas superintendências.
    São 17 em 26.
    O equívoco da PF, que parece claro nessa operação, não deveria esconder a raiz do problema.
    Renato

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  6. Concordo com o comentário de Renato e chamo a atenção para o verdadeiro foco da operação da PF que é a ingerência política nas superintendências do MAPA. Ser indicado por um deputado não significa ser qualificado para o cargo mas sim para a corrupção que o cargo permite. Aceitar a indicação de um deputado significa que fazer política (na ética da política brasileira) é mais importante que a própria agricultura.

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