quarta-feira, 3 de novembro de 2021

As hipocrisias científicas e midiáticas na COP26

Richard Jakubaszko  

Entre divertido e razoavelmente irritado e contrariado tenho assistido aos noticiários das TVs, especialmente os canais jornalísticos, onde os meus caros colegas jornalistas tornam-se defensores incondicionais da natureza e do clima e, como se fossem engajados defensores divinos autorizados do meio ambiente, vomitam saber "científico" antes divulgado por outros jornalistas de países desenvolvidos e por interessados dirigentes de ONGs ambientais, durante a COP26 que se encontra em curso na Glasgow escocesa. É a chamada Torre de Babel em curso, todo mundo fala e ninguém se entende. Por isso a ilustração do diálogo entre Einstein e Chaplin ao lado, representativa dessa errática comunicação da humanidade.

Tenho a pretensão de participar desse debate, e apresento abaixo 10 respostas aos cientistas do IPCC sobre a falácia e os erros científicos sobre a hipótese do aquecimento e das mudanças climáticas, que jamais foram explicadas ou comentadas por esses representantes do apocalipse:

1 – Não há provas científicas de que o CO2, antropogênico ou natural, seja o provocador do aquecimento do planeta, muito menos das chamadas mudanças climáticas. A água é um fator causador do aquecimento muito maior do que o CO2. Este, na verdade, é o gás da vida, e sua presença na atmosfera terrestre é vital para a existência da vida no planeta, como, por exemplo, na fotossíntese das plantas. A chamada descarbonização das atividades humanas, como querem os adeptos do IPCC, é uma utopia, pois 97% das emissões de CO2 na nossa atmosfera são feitas pela natureza (florestas, mares, vulcões), e apenas 3% são realizadas pelo ser humano e suas atividades, como fábricas, automóveis, criação de gado, produção de energia elétrica por usinas térmicas usando carvão etc. Se confrontados com esses dados alguns cientistas mais engajados respondem que "é a sua opinião".


2 – Há evidentes interesses econômicos, políticos e geopolíticos na demonização do CO2, aspecto que facilitaria a produção e venda de energia elétrica de eficiência inferior, como solar e eólica, a preços muito superiores. É o antigo aforismo americano "follow the money". desnecessário traduzir, não é?

Da mesma forma a eliminação do CO2 (carvão) como fonte de produção de energia elétrica, garantiria o uso de outras fontes, inclusive energia nuclear. Ninguém parece dar importância a esse fato, de que descarbonizar a produção de energia elétrica trará alternativas ineficientes, como a solar e a eólica, além de extremamente perigosas como a nuclear, e ambas muito mais caras do que a energia elétrica que tem o carvão como fonte, e mais ainda a hidrelétrica no Brasil. No Brasil temos essa que é a mais eficiente, mais segura e mais barata fonte de energia elétrica do planeta. Entretanto, ONGs engajadas conseguiram fazer da usina de Belo Monte uma quase inutilidade, pois o estoque de água é feito pelo curso normal dos rios, sem alargar as margens, "porque poderia destruir áreas de reprodução importantes de aves, como a ararinha azul, e também os nematoides de solo", comuns na região.

3 – Com o Relatório IV (fev/2007) o IPCC apontou causa antropogênica como responsável pelo aquecimento e mudanças climáticas, aspectos que seriam aprovados por 2.500 cientistas de todo o mundo, signatários desse relatório, com cerca de 4 mil páginas que foram sumarizadas em cerca de 30 páginas, e em cujo teor não se indicava a discordância de muitos dos citados cientistas de todo o mundo convocados pela ONU para ratificar a opinião do IPCC que apontou os GEE – gases de efeito estufa – como responsáveis.


Diante da discordância estabelecida pelos cientistas, hoje (2021) o IPCC possui apenas 240 cientistas integrantes do grupo original. Os dissidentes, que foram 90% do grupo original, pediram demissão como colaboradores, e foram atendidos. Alguns cientistas renomados, como Richard Lindzen, Professor Emérito de Ciências Atmosféricas no MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts, tiveram de recorrer à Justiça para verem seus nomes retirados do Relatório IV.

Lindzen, a exemplo de outros cientistas, foi atendido pela Justiça dos EUA porque fez inúmeras restrições e críticas ao relatório completo, e estas não apareceram no relatório sumarizado. É relevante registrar que menos de 3% dos cientistas signatários do Relatório IV eram de especialistas do clima. Os demais são cientistas das mais variadas áreas do conhecimento humano, inclusive administradores de empresas, economistas, advogados, físicos, engenheiros agrônomos, diplomatas, sociólogos, geógrafos, filósofos, e até mesmo dirigentes burocráticos de empresas e entidades interessadas no assunto, dirigentes de ONGs e de empresas concessionárias de distribuição de água e energia elétrica.


Este fato, relativo à “diáspora” dos cientistas em relação ao IPCC desmonta o argumento de que há “consenso” entre os cientistas sobre o aquecimento e as mudanças climáticas, e de que 97% dos cientistas acreditam não apenas no aquecimento como também no fator antropogênico como causa. Curioso é ressaltar que em ciência não há consenso, quem estabelece consenso são os políticos. A ciência sempre preferiu o debate e a discussão do contraditório. Nesse sentido, o aquecimento é uma hipótese que ainda não conquistou o degrau e status de teoria, e jamais subirá ao pódio como lei, que é quando uma teoria se comprova sem questionamentos. Ressalto que a teoria da Relatividade, de Einstein, e também a teoria da Evolução das Espécies, de Darwin, continuam com o status de teorias, e ainda não são leis. Desse modo, o IPCC e a imprensa promoveram a hipótese do aquecimento ao degrau de teoria, mas tratam a hipótese como se fosse lei.


4 – Mesmo depois da divulgação do Relatório IV, ocorreu a explosão do escândalo que ficou conhecido como Climategate, com episódios referentes à descoberta de e-mails internos entre cientistas, que registravam a confissão das falsificações realizadas por cientistas da Universidade de East Anglia (Inglaterra, 2009) nos números base de temperaturas registradas e que foram computados oficialmente para “comprovar” a tendência do aquecimento planetário.


5 – Sir James Lovelock escreveu o livro Gaia, publicado em 2006, pouco antes da divulgação do Relatório IV do IPCC, e fez prognósticos alarmantes sobre o fim do mundo. O ativista, além de tudo um cientista e médico, tinha experiência com performances midiáticas, pois foi um dos denunciantes da chamada iminência de extinção da camada de Ozônio, nos anos 1980, e dos perigos decorrentes. Em abril de 2012 foi a público para dizer que se arrependia das previsões catastróficas que havia feito, e que elas não aconteceriam. Pediu perdão. Mas a mídia catastrofista não deu espaços para divulgar seus arrependimentos e pedidos de desculpas, e ainda permanecem em vigor os seus devaneios apocalípticos.


Da mesma forma o fundador do Greenpeace, Thomas Moore, seu presidente desde o início, retirou-se da entidade acusando seus dirigentes de apenas se importarem com as receitas proporcionadas por doadores, que ninguém sabe quem são...


O político e ex-presidente americano Al Gore, ganhou o Oscar de documentarista na Academia de Hollywood. Mais do que isso, dividiu o Nobel da Paz de 2007 com o IPCC, e fez num powerpoint a previsão catastrófica do aumento do nível dos mares em 6 a 7 metros, deixando em estado de apoplexia centenas de milhões de jovens. Com os lucros do Nobel da Paz somados aos lucros como acionista de uma empresa de energia elétrica nos EUA (AIE) Al Gore comprou (em 2011) uma casa de US$ 7.5 milhões de dólares em Salsalito, Califórnia, à beira mar, desmentindo suas próprias afirmações climatológicas.


6 – O famoso gráfico apelidado de “Taco de Hóquei”, discutido por inúmeros cientistas, cada vez mais vem sendo apresentado como comprovadamente falso. Num dos episódios mais divulgados na mídia americana e canadense, o criador dessa farsa científica, o cientista Michael Mann, assessor do IPCC, processou outro cientista americano,
o professor Tim Ball, e ficaram por mais de 10 anos discutindo na Justiça canadense, até que o Juiz de Colúmbia encerrou o “debate” entre os mesmos, não deu ganho de causa a ninguém, mas mandou o querelante Mann (o acusador) pagar as custas judiciais, que nos EUA não são baratas, como se sabe. O Juiz ainda afirmou que a corte que presidia não era o palco para discussões científicas.
O que Mann pretendia era censurar seu colega, que o acusava de falsificar os dados primários do gráfico. O réu,
Tim Ball,  insistia que retiraria a pecha de falsificador se Mann demonstrasse quais dados primários havia utilizado para construir o gráfico. Mann não revelou os dados (e fez manobras judiciais para isso durante os 10 anos do processo) e ainda afirmou que eram dados "secretos e privados" dele como cientista (os registros de temperatura...), confundindo elementos de uma estatística que é pública, com dados e elementos secretos de uma hipotética patente de produto com fórmula secreta. Se vc deseja saber mais sobre o processo, leia este divertido post aqui no blog: https://richardjakubaszko.blogspot.com/2020/02/estadao-publica-fake-news-o-que-dizem.html

7 – Nestes tempos de COP26, a mídia brasileira surtou porque descobriram o metano como GEE que é 24 vezes mais potente como causador do aquecimento. Conforme registrei no livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?”, há enganos nisso. Na quarta capa da obra mostro um mapa (confeccionado pelo satélite da NOAA - ver abaixo) da emissão de metano no planeta, que é maior na floresta Amazônica e pela floresta subsaariana, pontos em vermelho, em mangues milenares, e mais ainda pelos arrozais irrigados de toda a Ásia. A única emissão antropogênica de metano (além dos arrozais) está nos EUA detectado em gigantescos lixões a céu aberto na confluência de quatro metrópoles americanas, como Nova York, Chicago, Detroit e Washington.

8 Os 220 milhões de bovinos brasileiros não aparecem no mapa, e nem mesmo os 350 milhões de bovinos indianos. Entretanto, na mídia brasileira e americana a conclusão é de que os bovinos brasileiros são os principais emissores de metano, o CH4, sem nenhuma citação aos ruminantes indianos ou aos arrozais irrigados asiáticos. É interessante registrar que a presença de metano em nossa atmosfera permanece a mesma há mais de 200 anos. O CO2 sim, evoluiu de 360 para cerca de 405 ppm (partes por milhão) nesse período. Outra questão é que o metano está presente na composição da nossa atmosfera com insignificantes 0,00015%, ou seja, centenas de vezes menos presente que o CO2 que é 0,035%. Como costumo afirmar, a afirmação da mídia é como procurar pelo em casca de ovo. Ou melhor, é pior que o VAR (Video Assistant Referee), que aponta impedimento do atacante se 1% do nariz do dito cujo estiver além da linha de defensores do time adversário.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisIEK6wS14SFVDi9auMSecWe46XYY96fdxCwxh05Di7yJmn2aqPJZx_QqP97Mjk0cZzdSI_EIbIo57HKaQWLVp-nJtahAM8KOuIYOLqKG0qgE3OE81noKr8pH7FrvTjcaoG8Hgo5Ck-iQ/s1600/co2+em+milhoes+de+anos.png
No período Jurássico o CO2 era 10 vezes mais presente do que é hoje.

9 A presença de CO2 na atmosfera já foi dezenas de vezes mais alta, há milhares de anos, e nem existiam, naquela época, automóveis e fábricas. Se você deseja conhecer outros dados sobre CO2 (% de presença na atmosfera, depósitos de carbono no planeta, curiosidades), leia o artigo "CO2 a unanimidade da mídia é burra!", neste link:  https://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/10/co2-unanimidade-da-midia-e-burra.html

10 A teoria do "efeito estufa" e a hipótese do aquecimento global, que não vingou, foi elaborada por Arthenius no fim do século XIX, antes da existência de satélites meteorológicos. A teoria climatológica moderna, dos anticiclones móveis polares, foi elaborada pelo cientista Marcel Leroux (1938-2008). Há um resumo da sua teoria em https://resistir.info/climatologia/impostura.cientifica.html
Mas Arthenius nunca afirmou que o efeito estufa tinha causa antropogênica, essa é uma dedução moderna dos 240 "cientistas" do IPCC, que antes eram 2.500, e 2.260 discordaram dessa teoria conspiratória e se retiraram de lá. Em meu livro abordo essa mentira de forma mais aprofundada, inclusive com exemplos práticos, desconstruindo essa "teoria" enganadora.


No segmento financeiro, a teoria fantasiosa do aquecimento global proporciona bons negócios para o capital financeiro que inventou a venda de direitos de emissão de CO2, o chamado crédito de carbono. Trata-se de algo como as "indulgências para pecar" vendidas pela Igreja Católica, no período da Renascença, contra as quais se revoltou Lutero. Esse negócio dá bons lucros aos banqueiros, mas não beneficia a humanidade. Neste momento já há uma verdadeira indústria do aquecimento global. Mas é um mercado em decadência. Cerca de 5 anos atrás uma tonelada de CO2 "sequestrado" valia mais de US$ 75.00 dólares, e hoje vale US$ 3.00 míseros dólares. Quem emite carbono paga muito menos por essa indulgência. Acredita em efeitos positivos ao meio ambiente quem quiser. As indústrias altamente poluentes de ontem tornaram-se as empresas verdes de hoje.

Para saber mais sobre o meu livro clique aqui.



.



2 comentários:

  1. Nem sempre discordo de você. Por exemplo, agora eu concordo com tudo que você escreveu mas como fazer para encerrar esse teatro ?!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Cida,
      esse teatro só vai acabar quando eles venceram, ou seja, as usinas nucleares fecharem negócios aos milhares com a maioria dos países. Talvez uns 10 anos, um pouco mais, pq as usinas solares e eólicas não darão conta do recado. Pior, as atuais eólicas e solares exigem um plano B para energia quando falta vento ou sol, e isso só pode ser feito por uma usina térmica como alternativa adicional. Ate lá vai ter muita pancadaria com a verba de publicidade ilimitada que a mídia concede de graça em defesa do meio ambiente.
      Vai ser, depois, como a camada de ozônio, quando proibiram os gases CFC e só parou quando todo mundo passou a usar os protetores solares, ganhou a Du Pont e a indústria farmacêutica. Esta nem dá mais importância pro ozônio, agora eles têm as vacinas e os remédios para câncer, cada vez mais caros, com altíssima lucratividade. A indústria farmacêutica é tão bandida quanto a indústria de armas ou a de tóxicos.

      Excluir

Obrigado por participar, aguarde publicação de seu comentário.
Não publico ofensas pessoais e termos pejorativos. Não publico comentários de anônimos.
Registre seu nome na mensagem. Depois de digitar seu comentário clique na flechinha da janela "Comentar como", no "Selecionar perfil' e escolha "nome/URL"; na janela que vai abrir digite seu nome.
Se vc possui blog digite o endereço (link) completo na linha do URL, caso contrário deixe em branco.
Depois, clique em "publicar".
Se tiver gmail escolha "Google", pois o Google vai pedir a sua senha e autenticar o envio.